domingo, 10 de maio de 2009

Cinqüenta e cinco cadeiras... E apenas três ocupadas...

Esse é um texto que fiz no dia que eu fui doar sangue, dia 30 de janeiro desse ano. Respeito a tudo e todos, mas naquele exato momento me indignei... Eis aqui: Eu não entendo e nem tento entender porque as pessoas fumam e bebem demais, e principalmente, por incrível que pareça, porque são vegetarianas. Eu nunca fui santa, já tive minhas experiências e percebi que sou muito mais forte que muita coisa (entendam como quiserem, FODA-SE). Fui doar sangue no hospital do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e tive que fazer o exame médico pra saber se estava tudo bem para que eu pudesse doar, e nunca uma tentativa frustrada mecheu tanto comigo: -Infelizmente você está com uma “anemiazinha” e não vai poder doar dessa vez, mas coma bastante feijão, verduras escuras como brócolis, e muito, muito leite e carne vermelha. – Assim disse o médico. Sim, leite e carne vermelha, porque leite e carne vermelha fazem parte de uma alimentação adequada para as pessoas. Eu concordo que matam bem mais animais que deviam, mas isso faz parte do capitalismo (quanto mais se vende, mais se ganha dinheiro), não da humanização, que é comprar o alimento necessário para que não possa estragar uma carne que uma criança na rua chora por não tê-la no jantar. Antes fosse só pela carne que os moradores de rua choram por não ter, porque são todos e quaisquer alimentos e muitas vezes carinho, assistência, ajuda, interesse do governo... E também não choram só no jantar. A todo momento muitas pessoas precisam de tudo isso e mais um pouco. Por que ao invés de colocar foto de porquinho morto no orkut, os vegetarianos não colocam foto dos meninos de rua que, para não serem espancados pelos pais vendem bala na rua ??? Por que ao invés de falar que as pessoas que comem carne ficam com câncer, os vegetarianos não se alimentam direito, e não doam sangue pra quem precisa??? Existe uma coisa chamada exagero, e o exagero em ganhar dinheiro fez outra coisa chamada fertilizante. Isso faz mal, se consumido muitas vezes, e não a carne em si. Eu me senti inútil, pois o meu maior sonho era ser doadora de sangue e pela segunda vez eu não pude ajudar alguém. Eu chorei, fiquei triste, com raiva e revoltada me perguntando se existe justiça. Muitos precisam de ajuda, poucos querem e menos ainda conseguem ajudar, eu fui uma que não consegui dessa vez. Há um tempo ouvi uma frase interessante: “Para mudarmos o mundo, é preciso mudar o nosso mundo”. E eu vou mudar o meu mundo, me alimentando melhor e fazendo o que for necessário para eu poder ter força e saúde para melhorar, pelo menos um pouco, o mundo. Enquanto isso o Brasil e o mundo ficam assim: Cinquenta e cinco cadeiras esperando ajuda Apenas três ocupadas por voluntários à doação, Hospitais cheios de esperança e luta E vazios de humanização. Agradecimentos especiais a Ana Alice, minha mãe, por ter me consolado depois que cheguei de lá, ao Vinicius, que foi comigo doar e também não obteve muito sucesso, e ao Sidnei por ter reavivado o meu prazer pelo sentimento solidário e humanizador. Tenho certeza que vamos estar numa luta juntos qualquer hora dessas. É isso e somente isso. Com pesar:Juliana de Oliveira Tempone

Um comentário:

Jonatan Bandeira disse...

Pode ter certeza que vc fez a sua parte. E será recompensada - nao que tenha feito por trocas, mas sim de coração.

Parabens, por ajudar o proximo!

E claro, jah digo que o seu post eh uma ação de extrema valia na saude publica, a PROMOÇÃO da saude!

Bjaummm!!!

Ótima confissão da Aldeia - morada do altruismo.